
Com a pandemia, a maior parte do mundo passou do excesso de turismo para o “não turismo”.
Com a imprevisibilidade e a ansiedade em relação às viagens, ninguém sabe com que rapidez o turismo recuperará. O apetite humano por experiências e desejo de conhecimento e visitação, reverterá na afluência dos turistas.
O turismo enquanto responsável pela criação, entrega e consumo de experiências na maioria dos destinos, tem no projeto de wayfinding a fundamental consolidação e bom desempenho das experiências turísticas.
Por exemplo, a maneira ideal de vivenciar uma cidade é explorá-la andando a pé, o que permite uma conexão física com a cidade e permite que o tempo absorva os elementos do ambiente urbano, alongando a sua retenção. Rotas de fácil orientação que possuam atributos diferentes, podem aprimorar as experiências dos visitantes e aprofundar o seu envolvimento na contemplação da cidade, do seu Património Histórico, Cultural, Social e Monumentalidade, contribuindo para o prolongamento da estadia. Para ter essas oportunidades, os visitantes devem ser capazes de navegar facilmente, seguindo pistas visuais ou usando sistemas de orientação eficazes, incluindo sinalização direcional, informativa, contemplação e mapas.
Nos ambientes urbanos, o projeto de wayfinding desempenha um papel vital no reforço da experiência turística. Uma boa orientação reduz o stress e contribui para sentimentos positivos de bem estar e proteção.
The Image of the City , Kevin Lynch (1960), definiu wayfinding como “um uso consistente e organização de pistas sensoriais definidas no ambiente externo”.
As pistas sensoriais normalmente incluem o seguinte:
• Portais, pontos de referência e contemplação.
• Áreas, ambientes, caminhos e corredores.
• Informações e mapas de sinalização, sites, apps e material impresso (material de marketing, eventos, etc).
• Pontos de informação turística.
• Informação interpretativa.
Ao desenvolver uma estratégia de orientação, o projeto de wayfinding levará em consideração a legibilidade inata de um lugar (ambiente, arquitetura, pontos de referência, contemplação), para minimizar o número de intervenções físicas e evitar confusão visual. Estudará como as pessoas chegam e saem dos locais, principalmente no que diz respeito às conexões multimodais (ciclovias, transportes públicos), como se movem enquanto navegam e se comportam.
Garantir a inclusão de todos os grupos de usuários é parte integrante do processo, assegurando a indispensável segurança e confiança sanitária, na retoma dos 27 milhões de turistas de 2019.
Carlos Mateus, 2022